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Fazemos o que é suposto ou fazemos porque acreditamos que o devemos fazer?

Atualizado: 5 de jul. de 2020

A história do Miguel é apenas mais uma, das muitas histórias com finais felizes, que tenho tido o enorme prazer de acompanhar durante a reinvenção da forma de liderar, durante e após confinamento. 

Blog_liderança_impactante
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O Miguel (nome fictício), líder e empreendedor faz mais de uma década, resolveu mudar a forma como lidera. Estava cansado de trabalhar com pessoas e não com uma família. Disse-me um dia “Pedro, quero construir aqui um ambientes familiar onde as pessoas gostem de viver!” Tem vindo a mudar a forma de chegar mais perto das pessoas com quem trabalha. Não porque lhe disseram que o devia fazer, mas porque um dia decidiu que teria que ser diferente, decidiu que tinha que ser porque era assim que acreditava que construía um mundo onde ele também gostaria mais de viver na sua empresa. O Miguel também percebeu que ele é chave no exemplo que irá dar à sua equipa neste longo caminho.

Das várias decisões que tomou durante o confinamento “covid19”, que obrigou a sua equipa a trabalhar remotamente, uma delas tem mudado completamente a sua forma de comunicar com a equipa e, sem querer, também a atitude de todos.

Numa das sessões de Coaching tomou a decisão de ligar, todos os dias, a 2 pessoas para saber como estavam, como se sentiam, o que poderiam necessitar, como estavam as suas famílias. Tomou a decisão, e no próprio dia começou. Nestas conversas não falou de trabalho, não perguntou por tarefas, não permitiu que ninguém tocasse nesse tema. Disse a todos que queria estar perto, que queria estar disponível para apoiar no que lhe fosse possível. Apenas isso.

Nos primeiros telefonemas sentiu que as pessoas achavam estranho mas que lhe agradeciam o gesto e que ficavam realmente sentidas com a atitude. Continuou e em alguns casos começou a falar com algumas pessoas diariamente, disse-me uma vez “eu sinto que tenho que estar perto da pessoa “x”, ela vai precisar de ajuda!”.  Uma semana depois o Miguel disse-me que num telefonema que fez, alguém lhe comentou que também um colega lhe tinha ligado nessa semana com o mesmo cuidado e que era bom sentir que os colegas e o “chefe” se preocupavam.

A semana passada o Miguel recebeu 2 telefonemas surpreendentes. O primeiro era de alguém a agradecer os gestos que o Miguel teve com outros colegas pois os seus contactos regulares durante este período fizerem toda a diferença para algumas pessoas. Uma frase que o marcou foi “sabe, no outro dia estávamos a comentar, entre colegas numa call, que nos sentíamos mais próximos uns dos outros agora, do que antes, quando estávamos diariamente no escritório.” O segundo telefonema que recebeu foi uma verdadeira surpresa. Um elemento da sua equipa resolveu ligar-lhe para lhe dizer que a equipa estava preocupada com um processo da empresa, que normalmente era o Miguel que assumia, mas como sentiam que o Miguel andava a tentar chegar a todo o lado, eventualmente com uma sobrecarga de tarefas, se eles poderiam ajudar o Miguel de alguma forma, para que pudesse, também o Miguel, estar mais tempo com a sua família nesta altura. A equipa fez uma lista dos assuntos que poderiam assumir a partir de agora, sem colocar em causa o desempenho de outras tarefas que cada um tinha.



O Miguel comentou-me que os impactos deste cuidado que quis passar a ter com a sua equipa ultrapassou todas as suas expectativas. Nunca pensou que estar diariamente a investir 20min a falar com a sua equipa sobre assuntos que nada têm a ver com a empresa, pudesse estar a ter impactos positivos em tantas áreas diferentes.

Por vezes, para conseguimos resultados extraordinários não precisamos de ter atitudes extraordinárias. Basta ter pequenas atitudes. Não temos que tirar cursos, treinar durantes 1 mês, ou pagar um valor elevado para um novo equipamento. Por vezes a resposta está ali. Num pequeno, grande, gesto. Numa pequena, mas poderosa atitude, diária, consistente mas acima de tudo sincera.

Por vezes, só precisamos cuidar uns dos outros.

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